Parabadminton
- impactoesportivo
- 9 de out. de 2018
- 2 min de leitura
Atualizado: 22 de out. de 2018
A trajetória do parabadminton brasileiro é escrita por histórias individuais, por entregas e envolvimento de pessoas, de muito suor e amor
Por: Laurismar Mendes
Edição: Thiago Barreto
Parabadminton é o badminton estruturado para pessoas com deficiências físicas, e que vai ser incluído nos Jogos Paralímpicos de Tóquio 2020. Em ambas categorias, os a atletas utilizam uma raquete para golpear uma peteca na quadra dos adversários, competindo em provas individuais, duplas (masculinas e femininas) e mistas em seis classes funcionais diferentes, que incluem equipes de pessoas em cadeiras de rodas, atletas que conseguem andar ou de baixa estatura.
O parabadminton ainda é um esporte pouco conhecido, mas que passou a ter visibilidade no Brasil em 2006, através do professor e coordenador da Confederação Brasileira do Parabadminton, Létisson Samarone Pereira, no Distrito Federal, onde também aconteceram as primeiras competições oficiais da modalidade - estaduais (2008) e nacionais (2009). Desde 2011, o Brasil participa de todos os campeonatos internacionais da modalidade


Sivaldo Souza, 51, morador da cidade de Olinda, impressiona com sua história de superação. Jovem, saudável e com a vida estável, aos 24 anos, descobriu que tinha um problema na medula que mudou totalmente sua vida, passando a ser cadeirante. O para-atleta já fez natação e hoje segue jogando basquete e o parabadminton, que já pratica há cinco anos. “No começo foi difícil, mas logo descobri o esporte e isso me fez seguir a minha vida. Vi a oportunidade de ser uma nova pessoa”, relata.

Segundo o para-atleta, um dos grandes problemas para a prática do parabadminton é a falta de patrocínio. “Muitos jogadores recebem apenas a bolsa atleta do Governo Federal, no valor de R$ 750. Muitas vezes, isso não é o suficiente para participar de todas as competições, principalmente fora do país”, pontua. Mesmo com essas dificuldades, Sivaldo conta com o apoio de pessoas próximas que o motivam a continuar no esporte. “Sei que sempre há uma luz no fim de túnel, pois tenho amigos e familiares que sonham junto comigo”, afirma. Sivaldo é exemplo de força e coragem para aqueles que, como ele, tiveram tudo pra desistir, mas escolheram continuar e se superar através do esporte.
O Treinador e o seu papel de motivar
Saulo Oliveira, 36, é formado em Educação Física desde 2008 e, há cerca de dois anos, se interessou em treinar pessoas com deficiência física no parabadminton. Segundo ele, além de preparar o treino para que o atleta melhore, é necessário inspirar e dar o suporte emocional que a maioria dos para-atletas necessita. “É fundamental que haja transparência sempre entre treinador e atleta. Somente assim, em sintonia, qualquer efeito terá real sentido”, diz. Junto com os para-atletas, o técnico já conseguiu muitas vitórias, como a última competição disputada no Peru, em 2017.
A prática do parabadminton cresce junto com a qualificação de treinadores, que têm a missão de transformar e elevar a autoestima dos para-atletas em provar para si mesmo e outras pessoas que não existem barreiras para praticar o esporte. As paraolímpiadas de Tóquio em 2020 servirão de esperança, para que mais esportes como esse possam dar visibilidade a pessoas que buscam um novo recomeço.
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