Mais do que saltos
- impactoesportivo
- 3 de dez. de 2018
- 2 min de leitura
O parkour, esporte vindo da Europa, ganha adeptos no Recife e em outras cidades brasileiras
Por Laurismar Mendes
Edição: João Gabriel
O parkour surgiu na década de 1980, na França. O pioneiro David Belle, criado em uma família de bombeiros, se inspirou em técnicas de salvamento e fuga de emergências. Segundo ele, para não hesitar e cometer erros potencialmente fatais, o traceur, ou seja, o praticante, precisa aprender a controlar o medo, assim como ter um preparo físico.
No Brasil, a atividade se iniciou em 2004, quando praticantes de São Paulo, Florianópolis e Brasília, inspirados pela proliferação do esporte pelo mundo, resolveram iniciar os treinos baseados em informações da internet. Todos eram ainda carentes de informação, mas o parkour logo se estabeleceu na antiga rede social Orkut. Em Julho do mesmo ano, com o início de sua popularidade, a primeira comunidade brasileira do esporte foi criada com o nome de “Le Parkour Brasil”. Na época, contava com sete membros. Em fevereiro de 2011, o número saltou para 46 mil. Ainda em 2004, Leonard Akira criou o blog do “Le Parkour Brasil”, sendo este um dos primeiros portais sobre a prática no país.
No início de 2006, praticantes de variados estados fundaram a Associação Brasileira de Parkour (ABPK), órgão registrado oficialmente para coordenar e auxiliar a propagação correta do esporte em solo brasileiro. Hoje, eventos da atividade ocorrem em todas as regiões. O Encontro Brasileiro de Parkour, por exemplo, organizado pela ABPK, acontece anualmente e é responsável pela maior integração de praticantes e no Brasil, reunindo tanto os mais antigos como novos.


No Recife, o parkour tomou vez e espaço com projeto Recife Antigo de Coração, da Prefeitura da Cidade. Treinos ocorrem todo último domingo do mês no bairro do Recife Antigo, na área central.
Fernando Parker, como é conhecido, é um dos amantes da atividade. “Estava conversando com um amigo que mora no sul do país. Ele me mandou um vídeo do esporte que ele praticava. Gostei e comecei a ver mais vídeos e a estudar sobre o parkour. Pesquisei no Orkut lugares do Recife onde havia treinos. Fui para o Parque da Jaqueira e lá conheci algumas pessoas que já praticavam”, conta.
Fernando já participou da maioria dos encontros pernambucanos de parkour. Neles, há troca de experiências, workshops e treinos. Ele conseguiu realizar o sonho de conhecer Alexander Baiturin, o maior tracer do mundo. “Foi um momento de alto conhecimento. Inclusive, tive a oportunidade de treinar com ele”, revela.

Até hoje o esporte, que para muitos é perigoso, se mantém em alta pelos jovens que buscam o perigo e o conhecimento de algo novo. O parkour segue a sua filosofia de competir primeiro consigo mesmo, depois podendo assim disputar com outros atletas.
No Recife, os treinos diários ocorrem em vários lugares. Os mais buscados pelos praticantes, além do Parque da Jaqueira, são: ruas de Beberibe, segundo jardim da Praia de Boa Viagem, Parque Santana, Parque da Macaxeira e arredores da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE). Contudo, alguns preferem treinar nas ruas e praças dos bairros onde moram.
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