Olimpíadas? No Brasil?
- impactoesportivo
- 12 de nov. de 2018
- 2 min de leitura
Por: João Gabriel
A crônica de hoje é sobre um evento esportivo mundial que acontece a cada quatro anos e é muito esperado por atletas de todo o Brasil, país este que sediou a última edição, ocorrida no Rio de Janeiro, em 2016. Refiro-me às Olimpíadas. Vôlei, basquete, tênis, natação, judô, tiro ao alvo, salto com vara... e não podemos esquecer do queridinho dos brasileiros: o futebol. Todos esses esportes, além de vários outros, fizeram a alegria não só de nosso povo, mas também de turistas de diversos países que estiveram na Cidade Maravilhosa.
Mas o que ficou no Rio após as competições? Qual o legado das Olimpíadas no território fluminense depois de dois anos dos jogos? De bom, as 19 medalhas conquistadas pelos atletas brasileiros – 7 de ouro, 6 de prata e 6 de bronze – e a certeza de que fizemos uma festa digna de aplausos. De ruim, promessas não cumpridas a tempo, gastos extraordinários, dívidas tão imensas que não se sabe ao certo o valor total, falta de manutenção e uso das arenas, além do medo de passar zika pra todo mundo, literalmente.
Destaco também uma vergonha ambiental, presente antes, durante e depois das competições e que viralizou no mundo todo: a poluição nas águas da Baía de Guanabara. Pode-se dizer que este foi um dos maiores desafios para a organização do Rio 2016. A promessa das autoridades governamentais de reduzir em 80% a poluição da baía já era considerada utópica pelos especialistas ouvidos em 2009, quando foi anunciado que o Rio seria sede dos jogos. A situação é tão podre que o secretário de Meio Ambiente declarou que 25 anos ainda seriam insuficientes para ver as águas totalmente limpas. De toda forma, as medidas paliativas para proteger os atletas durante as competições nas “águas olímpicas” surtiram efeito. Toneladas de lixo foram tiradas, os competidores conseguiram realizar suas atividades normalmente e os medalhistas puderam nadar na Guanabara para comemorar suas vitórias. Contudo, o esgoto próximo continuava se misturando com as águas dali e, infelizmente, a falta de saneamento básico continuou e continuará sendo um grande problema para o Brasil. Até quando?
Ufa! Falei demais. Mas é tanta coisa que dá para passar o dia inteiro lamentando em uma mesa de bar. Entretanto, apesar de tanto pessimismo, nada atrapalhou a alegria natural do brasileiro. Pudemos vibrar pelos nossos conterrâneos, aprender com os turistas, xingar aquele comentarista chato que sempre exagera nas narrações de futebol. Enfim, pudemos ser felizes por um instante.
Sobre as promessas, talvez as veremos sendo cumpridas amanhã, daqui a um ano ou até mesmo mais. Ou talvez os cariocas continuem tendo que ficar tomando chá de cadeira até não se sabe quando. Fiquemos na esperança. Para uns, eventos esportivos são apenas um pão e circo, que faz com que nos esquecemos do que realmente importa. Mesmo com tantas críticas, não concordo. Classificaria como um momento de união entre os povos, tão necessário e bem representado naqueles cinco arcos.

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