Entre saltos e paixão
- impactoesportivo
- 22 de out. de 2018
- 2 min de leitura
Por: Larissa Nunes
“A Ginástica é um esporte tanto emocionante quanto belo, que não requer somente coragem de seus adeptos, como também graça e domínio do corpo.” (frase do livro “O Prazer da Ginástica”). Entre saltos, piruetas, acrobacias, danças e um turbilhão de sentimentos um pouco confundidos nas competições, está toda a essência da Ginástica Olímpica, que faz qualquer um se emocionar quando se assiste à apresentação de algum ginasta.
A experiência de assistir a uma apresentação de Ginástica Olímpica é semelhante à de um piloto de corrida quando está competindo. O medo de esbarrar em algo durante a trajetória é imensa pois, a qualquer momento, ele pode bater em outro carro ou em um obstáculo pelo caminho. Mas a emoção de se estar pilotando e ter a chance de poder ganhar a competição fazendo várias manobras para desviar de tudo que possa o atrasar é maior.
Medo? Qual ginasta não tem? De cair da trave quando está fazendo um mortal duplo, de escorregar ao realizar uma oitava na paralela, mesmo com as mãos encharcadas de magnésio (pó branco que as/os ginastas colocam na hora da competição para ajudar a não deslizar), ou mesmo de esbarrar nas laterais do cavalo (aparelho utilizado na ginástica) e cair. Porém, a coragem e a concentração sempre têm que ser maior que qualquer medo, pois tudo pode acontecer em uma competição desde uma simples até uma grande falta.
Daiane dos Santos, a “princesinha do esporte nacional”, como já foi intitulada pelo público brasileiro, e primeira ginasta brasileira, entre homens e mulheres, a ganhar medalha de ouro em edição de Campeonato Mundial, já falhou diversas vezes nas suas apresentações, porém a garra e confiança para continuar foram maiores. Nas Olimpíadas de Atenas, em 2004, durante a competição do solo, Daiane apresentava sua sequência, ao som de Brasileirinho, quando, logo no começo, pisou fora da área do tablado, o que caracteriza uma grande falta na pontuação, porém não parou, continuou mesmo sabendo que seria desclassificada. “Dei dois passos a mais em movimentos que deveriam ser cravados. Eu estava um pouco nervosa. Era tudo ou nada ontem, era o dia D. Se a gente fosse mal, não ia conseguir nada. Estava bem ansiosa.”
A Ginástica Artística e o esporte como um todo é isso: se perde, se ganha e o resultado, independente de qual for, não deve definir um atleta, mas sim o seu esforço e coragem para enfrentar uma competição é o que realmente deve ser levado em conta.

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