Cresce o número de pessoas que aderiram o ciclismo ao estilo de vida
- impactoesportivo
- 22 de out. de 2018
- 3 min de leitura
Por: Beatriz Albuquerque e Letícia Silva
Edição: Thiago Barreto
A prática de esportes e atividades físicas é muito recomendada pelos diversos benefícios que proporciona ao ser humano. Além de vantagens para a saúde e o bem estar, algumas práticas conseguem transcender isso, e cooperar com o meio ambiente também. Esse é o caso do ciclismo.
O esporte que também é um meio de locomoção muito popular no mundo se torna um estilo de vida para aqueles que o praticam. Segundo dados do IPEA (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada), cerca de 7% dos brasileiros utilizam a bicicleta como meio de transporte principal.
Um dos motivos de tanta popularidade é que o ciclismo é acessível para todas as classes e idades, além da praticidade de locomoção que a bicicleta proporciona, principalmente em cidades onde há muito fluxo de carros e engarrafamento. Usar a bicicleta para pedalar até o trabalho ou as compras é uma das maneiras mais eficientes para combinar exercícios regulares com o dia a dia estressante que grande parte das pessoas leva.
O estudante de psicologia Miguel Souza afirma que se tornou muito mais saudável após aderir às pedaladas ao seu cotidiano. “Mais do que o bem estar físico, pedalar me traz uma paz mental muito grande. Me sinto uma pessoa muito mais equilibrada, focada e calma”, afirma. Porém, nem tudo é um mar de rosas. Miguel já sofreu alguns acidentes, nenhum muito grave, mas que mostram a falta de empatia de motoristas e carros, além da falta de mais projetos da prefeitura do Recife e do governo de Pernambuco, para a garantia dos direitos do ciclista.
Novas ações são implantadas no Recife com o objetivo de popularizar ainda mais o uso das bicicletas.
Com a crescente popularização do uso das bicicletas, inúmeras ações estão sendo colocadas em prática no Recife e Região Metropolitana. O sistema de compartilhamento de bicicletas, por exemplo, é uma proposta abraçada pelos pernambucanos. Aqui no estado, o Bike PE, um desses sistemas, teve um aumento de 34,8% de viagens durante o mês de agosto, o que representou mais de 100 mil usuários que utilizaram o meio de transporte. A média foi de 4,12 viagens por dia/bike, ultrapassando a média anterior que era de 3,5 viagens diárias.
Como alternativa ao carro, o Recife tem 80 estações e 800 bicicletas disponíveis para locação. Aos domingos e feriados nacionais, das 7h às 16h, a Prefeitura do Recife reserva espaço em várias vias da cidade para tráfego exclusivo para bicicletas, skates e patins. O projeto foi implantado em março de 2013 e o percurso atual inclui 31 bairros da capital
pernambucana, interligando as zonas Norte, Sul e Oeste, totalizando 36,5 quilômetros de faixa exclusiva. Uma das áreas mais agitadas com grande fluxo de ciclistas é o Boulevard da Avenida Rio Branco, no Recife Antigo.
O dentista Jorge Barbosa (51) conta que costumava pedalar pelo Recife Antigo com a família e chegou até a fazer parte de grupos de ciclismo, mas a crescente violência que assola o estado, o deixou com medo de enfrentar as ruas. “Deixou de ser uma coisa prazerosa, porque eu não conseguia mais aproveitar as pedaladas completamente, sempre me vinha uma preocupação em relação a nossa exposição a insegurança, principalmente por haver relatos envolvendo pessoas próximas”, conta Jorge.
A exposição dos ciclistas é um fator que faz muitos se afastarem da prática. A falta de segurança contra assaltos e contra motoristas de carro que não respeitam o ciclista e a estrutura cicloviária em pequena escala são alguns dos desafios que os adeptos das bikes enfrentam.
Pensando nessa insegurança que os ciclistas sentem durante o percurso, alguns grupos de ciclistas contrataram segurança particular para garantir a proteção. Assim, a contadora Michelly Nascimento (42) se sentiu muito mais à vontade em levar a família para participar das pedaladas. “Encontrar grupos de ciclistas foi a solução para o medo que eu tinha de enfrentar as ruas, claro que tenho que nunca me sentia 100% segura, isso é impossível aqui no Recife, mas minhas experiências com o grupo foram muito boas.”, relata Michelly.

Em 2015, a Parceria Nacional pela Mobilidade por Bicicletas entrevistou 5.012 ciclistas em dez cidades das diferentes regiões brasileiras (Aracaju, Belo Horizonte, Brasília, Porto Alegre, Manaus, Niterói, Recife, Rio de Janeiro, Salvador e São Paulo) para criar um perfil de quem incluiu a bicicleta em seu estilo de vida.
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