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Os bastidores do esporte no Nordeste

Atualizado: 22 de out. de 2018

Atletas relatam as alegrias e as dificuldades em conseguirem se firmar no cenário nacional esportivo.

Por: Beatriz Albuquerque e Letícia Silva

Edição: Giovanna Camargo



Não são raras as noticias de escândalos e denúncias em relação à má gestão das confederações esportivas no país. Mesmo os profissionais de grandes destaques enfrentam uma série de obstáculos para trilharem uma carreira consolidada no esporte.


As dificuldades costumam ser ainda maiores para atletas nordestinos, que sofrem com a falta de estrutura e escassas condições de migrarem para outras áreas do país, onde o esporte é mais valorizado. Todo esse cenário acaba por refletir no baixo número de atletas da região nas confederações esportivas e nas principais competições em âmbito nacional.


Contrariando as expectativas, a pernambucana Fabiana Silva (40), conseguiu driblar esses problemas e participar das principais provas de atletismo do país. Em vinte quatro anos de carreira, ela coleciona títulos como campeã no Pan-Americano Juvenil de Havana (1997), o 4° lugar nos jogos Pan-americano do México, e o 2° lugar na corrida Internacional São Silvestre em São Paulo (2008).


De origem humilde, moradora do município de Camaragibe, Fabiana começou a praticar o atletismo aos nove anos, ainda sem pretensão de seguir na carreira. “Comecei o atletismo por uma simples brincadeira, nas ruas do meu bairro, através de um senhor chamado José Augusto que já praticava o esporte com suas filhas. Ele me fez um convite, como eu era criança na época, pedi a minha mãe e ela deixou.”, relembra a atleta.


Ganhando cada vez mais destaque, Fabiana passou a literalmente correr pelo Brasil e o mundo. Ela recorda que recebia elogios ao falar que era nordestina, e sempre sentiu orgulho em representar Pernambuco. Entretanto, conseguir patrocínios para seguir seu sonho sempre foi seu principal motivo de insegurança. “A maior dificuldade sempre foi patrocínio, principalmente no inicio. Quando morava no Recife era muito difícil conseguir uma passagem aérea. Quando a gente conseguia pela Prefeitura do Recife, sempre ficava a incerteza se íamos viajar ou não, pois sempre era em cima da hora, as vésperas da competição”, recorda Fabiana.

Por fim, ela faz um balanço positivo de sua trajetória “Foi simplesmente gratificante e produtivo o atletismo na minha vida, pois me tornei uma cidadã de bem, construí minha família, conheci meu esposo na Hungria (também corredor). Vivemos muito bem graças a Deus”, garante a atleta. Apesar das dificuldades e criticas que faz, ela garante que vale a pena se dedicar e seguir uma carreira de atleta. “Independentemente de qual esporte você vá fazer, é preciso que se tenha muita disciplina e dedicação, mesmo em meio às dificuldades eu não desisti. Nesta vida vamos encontrar barreiras em tudo”, aconselha a corredora.


Quando a falta de estrutura e preconceitos interrompem carreiras


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Victor Spinelli ao lado do auxiliar técnico da equipe em 2013, segurando o certificado de comparecimento ao acampamento da seleção.

O preconceito foi um dos grandes fatores que fez com que Victor Spinelli (20), desistisse do sonho de ser jogador profissional de handebol. O pernambucano iniciou sua jornada no esporte aos 12 anos apenas para acompanhar os colegas que também praticavam. Menos de dois anos depois, já era um dos principais jogadores de seu time. “Comecei a gostar cada vez mais de jogar, aprendi que praticar um esporte é muito mais do que apenas o exercício, requer muita disciplina, respeito ao próximo, trabalho em equipe”, conta.


Dois anos após o início de sua carreira, Victor entrou na seleção Pernambucana de Handebol. Ele recorda que se destacava muito por na época ter apenas 14 anos e jogar contra pessoas alguns anos mais velhas. Por conta dessa experiência na seleção Pernambucana, Victor foi chamado para participar de um acampamento da Seleção Brasileira em Blumenau, onde outras 150 crianças disputavam uma vaga no time. “Era uma oportunidade única, não podia deixar passar, mas para a gente do Norte/Nordeste, é muito mais difícil. Muitos não tinham condições de bancar uma viagem tão cara para o outro lado do país”, relata o ex-jogador. E foi aí que ele começou a enfrentar uma série de dificuldades.


Ao chegar no acampamento, Victor diz que nunca foi chamado pelo seu nome de verdade. “Pernambuco” era sua nova forma de identificação. Todos o chamavam assim, inclusive membros da comissão técnica. Esse problema relatado por Victor é bem comum em nossa sociedade, característica muito forte da xenofobia brasileira, quando pessoas de outras regiões apelidam nordestinos com nomes em tom pejorativos, explicitando o menosprezo pela região. “É uma situação que você se submete e não tem a quem recorrer. Todo mundo sabe os nomes dos jogadores do Pinheiros de São Paulo ou do Metodistas, dos times “grandes”, né? Mas para eles, nordestinos não tem nome”, conta.


Além do destaque ao chegar no acampamento, os jogadores dos times do Sul/Sudeste tinham muito mais facilidade para se locomover. Victor relata que os times fretavam ônibus que levavam os jogadores direto para Blumenau, enquanto pessoas de outros estados precisavam pagar passagens aéreas para conseguir acompanhar seus times. E esse foi um dos motivos que levou à saída de Victor da seleção. “Tive uma fratura no joelho direito, o que já me prejudicou aos olhos dos técnicos. Fora isso, também tinha o fato de que o time continuava a avançar de fase e cada vez mais treinos eram marcados, era impossível para eu morar em Pernambuco e todo final de semana pagar uma passagem diferente para ir pra Santa Catarina.”, diz Victor.


Em 2013, Victor se despediu de vez seleção, quando acabou sendo cortado do time. Apesar disso, ele continuou jogando pelo colégio, o qual chegou a disputar a final do Campeonato Brasileiro em 2015 e colecionou diversos títulos. Mas, ao finalizar o ensino médio, precisou de mais tempo para se dedicar a faculdade e decidiu desistir do sonho de continuar no esporte. “Talvez eu tenha sido pouco persistente ou realmente não era pra mim, mas hoje vejo tudo isso como parte muito importante da construção da minha personalidade e da pessoa que sou hoje.”, afirma o universitário.


Apesar das dificuldades, jovens atletas almejam alcançar seu espaço

O caso de Guilherme Pessoa (20), felizmente, seguiu um caminho diferente do de Victor. O pernambucano que hoje mora em Santa Catarina, defende a Chapecoense há quase três anos. Mas para chegar até a categoria sub-20 do time Catarinense, o jogador enfrentou diversos desafios e teve que lidar com muitas decepções. “É muito difícil se manter no futebol, conheço muitos amigos que tiveram que desistir. Por um tempo eu comecei a achar que não fosse dar certo para mim também.”, diz Guilherme.


O atacante conta que existe muita burocracia para se manter em grandes clubes e que você realmente precisa se destacar ao máximo nesse meio. “Conseguir um espaço hoje em dia é muito difícil, são muitos jogadores bons... ainda mais eu que venho do Nordeste, tive que lutar muito pra chegar onde cheguei.”, conta o pernambucano. Ele afirma que para um jogador do Nordeste ganhar visibilidade é muito mais difícil do que um jogador do Sul ou Sudeste. Para conseguir seu lugar no time Catarinense, teve que passar por uma série de testes, e sua experiência em outros times foi muito importante durante o processo.


A base do atacante vem do futsal escolar que acabou levando o jogador a participar das categorias de base de grandes clubes de Pernambuco, como Sport e Náutico. Hoje, Guilherme é muito satisfeito no clube onde joga e sonha em conquistar muitos títulos com a camisa da Chapecoense. “Não é fácil estar longe da família e dos amigos, mas para seguir meu sonho como jogador de futebol, sei que aqui é meu lugar.”, conclui.



O sonho de vestir a camisa verde e amarela

Assim como Guilherme, alguns nordestinos persistiram no sonho e conseguiram alcançar a maior glória de um jogador brasileiro, fazer parte da seleção.

Veja a seleção de craques nordestinos:


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