Taekwondo chega à periferia do Recife
- impactoesportivo
- 22 de out. de 2018
- 3 min de leitura
O esporte que vai além da luta
Por: Laurismar Mendes
Edição: Giovanna Camargo
O Taekwondo não é uma arte tão popular e conhecida como o famoso Karatê, mas conquista pessoas de todas as idades, inclusive jovens. Teve origem na Coreia, por volta do século 7 d.C. Hoje é praticado principalmente na Coreia do Norte e no Canadá e tem como tradução o termo “caminho dos pés, das mãos e do espírito”, significado que revela a proposta de desenvolvimento integral do praticante, típica das artes marciais. No Brasil, acredita-se que o Taekwondo tenha sido introduzido em 1970, mas o primeiro campeonato brasileiro dessa arte marcial ocorreu em 1973. O local onde se acredita que tenha sido a primeira academia voltada ao ensino do Taekwondo hoje se transformou em sede da Federação Paulista de Taekwondo, no bairro da Liberdade, na cidade de São Paulo. Com isso, se espalhou por todo Brasil academias de luta voltadas para o Taekwondo, uma delas fica no Recife, localizada no bairro da Campina do Barreto, na Zona Norte.

A academia Ksdr, que significa “técnica de luta”, foi fundada há dez anos pelo professor Júnior Dias, 43, que, depois de ter feito uma cirurgia de ligamento, ficou sem poder lutar. Com isso, decidiu dedicar sua vida e conhecimento como professor. Tinha o intuito de trazer pessoas das comunidades para a prática do esporte, visando um crescimento nas práticas de defesa pessoal e também uma oportunidade de carreira profissional e bem-estar, já que a comunidade era carente de atividades esportivas. "Qualquer pessoa pode fazer Taekwondo, não há distinção de idade. Apenas uma exceção para as crianças. Eu particularmente recomendo a partir dos seis anos de idade, quando a coordenação motora já está mais desenvolvida", aconselha o professor. Vale ressaltar que para as crianças as aulas são diferentes, ou seja, são bem mais leves. Na parte da luta, o Taekwondo é uma arte que utiliza muito as pernas e o abdômen. "É um esporte completo. Desenvolve todas as habilidades corporais, como a força, a flexibilidade e a agilidade", explica. "Além disso, proporciona um trabalho psicológico individual, incluindo o lado social de formar um caráter exemplar e moldar a personalidade".

Com uma estimativa de mais de 50 alunos na academia, Júnior se sente realizado, pois vê que seu objetivo foi alcançado. O professor também relata que busca motivar os alunos para que se valorizem e saibam que se não estão conseguindo naquele momento, vão ter que buscar meios e força de vontade para conseguir mais tarde. E isso é só o começo, pois ensina também valores e habilidades como a disciplina, a paciência e o respeito pelo outro.

"Uma coisa que gosto muito de trabalhar nas aulas é a união. Eu não admito a rivalidade", destaca o professor.

O aluno Ivo Alexandre, 25, conta que geralmente quando a pessoa chega à academia, o primeiro pensamento que ela tem é o de aprender a lutar e nada mais. "Quando o professor começa a passar as atividades no começo, o aluno se perde um pouco e muitas vezes não consegue fazer os movimentos direito. Com isso, surge certa frustração. Nas primeiras aulas tinha um certo medo de apanhar, mas depois que comecei a treinar, tomei gosto e nunca mais pensei em parar", diz Ivo, que já chegou a treinar todos os dias. Hoje, por falta de tempo, faz três aulas por semana.

Já Patrícia Souza, 18, não sabia que já no início iria aprender tanta coisa, mas depois que começou a ir às aulas e a se dedicar sentiu que aquilo que fazia era realmente o que queria. “Já participei de várias competições e isso me deixa muito feliz pois, a cada dia que passa, me sinto mais forte e capaz de vencer” conta. Patrícia tem um sonho: chegar às olimpíadas, pois hoje o Taekwondo oferece dois caminhos para o praticante: o tradicional, que é o da arte marcial, e o de competição, que tem como objetivo as olimpíadas.



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